terça-feira, 22 de maio de 2012

Metade dos camelôs que vão sair da Sé são deficientes

Simei Morais
do Jornal Agora
 
Metade dos camelôs com licenças cassadas pela prefeitura na região central de São Paulo é de deficientes físicos. A revogação, oficializada no último sábado, atinge 470 ambulantes em 25 ruas.
Cerca de 250 têm deficiência física, segundo o sindicato dos permissionários.
A suspensão faz parte da política do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que quer terminar o mandato sem camelôs nas ruas, que seriam "para pedestres". Ontem, ele disse que a maioria dos camelôs cassados está irregular.
Os ambulantes da Subprefeitura da Sé têm 30 dias para entregar os TPUs (termos de permissão de uso).
Além dos que têm deficiência física, muitos são idosos, diz Adir Ribeiro do Amaral, 65 anos, ambulante cassado.
Sem as duas pernas e camelô há 45 anos, ele afirma esperar da Justiça uma solução.
"Nem se eu quisesse trabalharia ilegalmente. Não tenho condições de brigar com a guarda", comenta.
Resposta
Em nota, a prefeitura afirma que tem atuado no combate ao comércio ambulante irregular e na reorganização da ocupação das calçadas.
A administração não detalha os motivos de todas as revogações.
A reportagem questiona a prefeitura há duas semanas sobre o total de TPUs em vigência e o número existente em dezembro de 2011, mas não obtém resposta.
Em documento enviado à Promotoria em 4 de maio, o secretário da Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, informava haver, em abril, 558 TPUs. Há três anos, eram 4.600 ambulantes legalizados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja livre!